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VIAGENS




A partir de 1931, através de investimentos regulares, o Parque Zoobotânico tornou-se reconhecido nacionalmente, chegando a abrigar 2.000 exemplares de animais vertebrados e centenas de espécies da região, muitas das quais raras ou pouco conhecidas. Esse reconhecimento foi possível graças à subvenção que o Governo Estadual impôs às prefeituras do interior, obrigando-as a remeter mensalmente animais e parte de sua arrecadação ao Museu Goeldi. Muitas espécies foram reproduzidas em cativeiro com sucesso, em especial répteis e peixes. Somente nos três primeiros anos de coletas sistemáticas, foram descritas cinco novas espécies de peixes, inclusive um gênero novo.
No início dos anos de 1950 , durante o governo do presidente Eurico Gaspar Dutra, o museu foi vinculado ao recém-criado Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq), juntamente com o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), instalado em Manaus. No dia 7 de dezembro de 1954, José Olympio da Fonseca, diretor do INPA, firmou com o governador do Pará, General Zacarias de Assunção, um Termo de Acordo pelo qual o Museu Goeldi seria administrado e recuperado pelo INPA, durante 20 anos. Com essa medida, o Museu Goeldi pôde, mesmo com dificuldades, intensificar suas pesquisas científicas.
Na década de 1970, a limitação do espaço do Parque Zoobotânico, impedia o crescimento do Museu Goeldi e esse foi o principal motivo para a instalação de um campus de pesquisa, na periferia da cidade, para onde viriam a ser transferidos os departamentos de pesquisa, biblioteca e administração e o campus de pesquisa já é o local principal da realização dos experimentos científicos e da guarda das coleções do museu. O Parque Zoobotânico permanece como uma mostra viva da natureza amazônica e ponto de referência para o programa de educação científica do Museu Goeldi.
Atualmente, o Museu possui três bases físicas. A mais antiga foi instalada em 1895 numa área de 5,2 ha, atualmente conhecida como Parque Zoobotânico. Localizado no centro urbano de Belém, nele se encontram a Diretoria, as Coordenações de Administração e Museologia, a Assessoria de Comunicação Social e a Editora do Museu. O Parque é, atualmente, uma das principais áreas de lazer da população de Belém, além de ser utilizado como instrumento de educação ambiental e científica, possuindo cerca de 2.000 árvores nativas da região, como samaúma, acapu e cedro, e 600 animais, muitos deles ameaçados de extinção, como o peixe-boi, a arara-azul, o pirarucu e a onça pintada. Possui ainda, um aquário com uma mostra de peixes e ambientes aquáticos amazônicos e além disso, mantém uma exposição permanente sobre a obra de Emílio Goeldi e as primeiras coleções formadas pelo naturalista. O Parque recebe mais de 400 mil visitantes anualmente, entre moradores de Belém e turistas.
Em 1980, inaugurou-se, nas imediações da cidade, um Campus de Pesquisa com 12 ha, para onde foram transferidas as coordenações científicas (Botânica, Zoologia, Ciências Humanas, Ciências da Terra e Ecologia), a Biblioteca Domingos Soares Ferreira Penna, o Arquivo Guilherme de La Penha, o Horto Botânico Jacques Huber e vários laboratórios institucionais.
A mais recente base física, a Estação Científica Ferreira Penna (ECFP), foi inaugurada em 1993, em 33.000 ha da Floresta Nacional de Caxiuanã, município de Melgaço, a aproximadamente 400 km de Belém. A área foi cedida pelo IBAMA e a base foi construída com recursos da Overseas Development Administration (ODA), atual DFID/Reino Unido). A ECFP destina-se à execução de programas de pesquisa e ações de desenvolvimento comunitário nas diversas áreas do conhecimento (há aproximadamente 200 famílias vivendo no interior da floresta e arredores), possuindo excelente infra-estrutura para o desenvolvimento de pesquisas em ambientes de floresta primária, sendo muito visitada por cientistas de instituições nacionais e estrangeiras.
Desde o ano 2000, o Museu Paraense Emílio Goeldi saiu do âmbito do CNPq, ficando subordinado, diretamente, ao Ministério da Ciência e Tecnologia do Brasil.
O Museu Paraense Emílio Goeldi é uma instituição pública, localizada localizado em Belém, capital do estado do Pará, Brasil.
Vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação[3] , possui acervos para conhecimentos nas áreas de ciências naturais e humanas relacionados à Amazônia, além de promover pesquisas e estudos científicos dos sistemas naturais e culturais da região. É a mais antiga instituição na região amazônica[4] e reconhecido mundialmente como uma das mais importantes instituições de investigação científica sobre a Amazônia brasileira.
O século XIX foi o auge das expedições naturalistas à Amazônia e desde os primeiros anos, acorreram à região viajantes ingleses, alemães, franceses, italianos,estadunidenses e russos. A abertura dos portos em 1808, tornou o Brasil mais acessível aos viajantes naturalistas e artistas que vieram com grande entusiasmo para estudar e retratar a natureza amazônica.
Em 1866 houve a fundação da Associação Philomática, sob a presidência de Domingos Soares Ferreira Penna e esta associação seria o núcleo do futuro museu. Com a urbanização e o crescimento da cidade, transformando Belém numa metrópole, um dos marcos desta pujança foi que em 25 de março de de 1871, o governo do Estado do Pará instalou, oficialmente, o Museu Paraense, e Domingos Soares Ferreira Penna designado seu primeiro diretor. Inicialmente, sua instalação foi precária, faltando pessoal e apoio para as pesquisas. As coleções existentes acabaram se perdendo pelas más condições de conservação e a produção científica praticamente se resumiu aos próprios trabalhos de Ferreira Penna, sobre Geografia, Arqueologia e outros assuntos. Com a morte do naturalista, nos primeiros dias de 1889, o museu ficou acéfalo e acabou sendo fechado.
Influenciados pelo Positivismo, Justo Chermont, José Veríssimo e Lauro Sodré reabriram o Museu Paraense, pois perceberam a importância que o local tinha para a cultura da região.
Em 1893, o governador Lauro Sodré mandou vir do Rio de Janeiro o naturalista suíço, Emílio Goeldi (Émil August Goeldi), demitido do Museu Nacional por questões políticas, após a Proclamação da República[4] .
O zoólogo assumiu a direção do Museu com a missão de transformá-lo em um grande centro de pesquisa sobre a região amazônica. Sua estrutura foi modificada para enquadrá-lo às normas tradicionais de museus de história natural, e foi contratada uma produtiva equipe de cientistas e técnicos. Em 1895, criava-se o Parque Zoobotânico, mostra da fauna e flora regionais para educação e lazer da população. Em 1896, começou a publicação do Boletim Científico. Grande parte da Amazônia foi visitada, realizando-se intensivas coletas para formar as primeiras coleções zoológicas, botânicas, geológicas e etnográficas. Goeldi contratou o excelente pintor e profundo conhecedor do ambiente amazônico, Ernesto Lohse, que ilustrou o livro “Álbum de Aves Amazônicas” (Lohse viria a ser morto, durante a Revolução de 1930, à porta do Museu).
Na virada do século, o Brasil consolidava suas fronteiras e nessa ocasião, os limites entre Brasil e França, no norte do Pará, estavam sendo questionados por ambos os países. As pesquisas que o Museu Paraense iniciava na região, levantando dados sobre a geologia, a geografia, a fauna, a flora, a arqueologia e a população, foram decisivas para municiar a defesa dos interesses brasileiros, representados pelo Barão do Rio Branco. Em 1º de dezembro de 1900, pelo laudo de Berna, na Suíça, sede do julgamento internacional, o Amapá seria definitivamente incorporado ao território do Brasil. Em homenagem a Emílio Goeldi, o governador Paes de Carvalho alterou a denominação do Museu Paraense, que passou a se chamar Museu Goeldi.
Desde 1850, a Febre Amarela causava muitas mortes em Belém e dentre suas vítimas, incluíram-se dois pesquisadores recém-chegados da Europa para trabalhar na Seção de Geologia do Museu Paraense. Emílio Goeldi decidiu, então, incorporar-se à luta contra a doença, procurando identificar as principais espécies de mosquitos da Amazônia, bem como o ciclo reprodutivo desses insetos. As pesquisas intensificaram-se a partir de 1902, quando Goeldi publicou, no Diário Oficial, um trabalho sobre profilaxia e combate à Febre Amarela, Malária e Filariose, antecedendo as recomendações que o médico Oswaldo Cruz faria quando esteve em Belém, em 1910.
Durante a gestão Goeldi, o Museu ganhou respeito internacional, sendo desenvolvidas pesquisas geográficas, geológicas, climatológicas, agrícolas, faunísticas, florísticas, arqueológicas, etnológicas e museológicas. O papel educacional do museu foi reforçado com o parque zoobotânico, publicações, conferências e exposições. Em 1907, após 13 anos de atividades incessantes em Belém, Emílio Goeldi retirou-se, doente, para a Suíça, onde veio a falecer em 1917 e seu conterrâneo, o botânico Jacques Huber, assumiu a direção do Museu Goeldi, juntamente com o amigo marinheiro Nabor da Gama Junior.
A Revolução de 1930 e o período posterior, marcado pela ditadura de Getúlio Vargas, foi o início da transformação pela qual o Estado brasileiro passaria e as velhas oligarquias agrárias estavam sendo substituídas por uma nova classe, representante do poder industrial. No Pará, o interventor Joaquim de Magalhães Barata nomeou o pernambucano Carlos Estevão de Oliveira para a direção do Museu Goeldi. De acordo com a ideologia do novo regime, caracterizada pelo populismo e pelo nacionalismo, foram recuperadas as dependências do Parque Zoobotânico (principal área de lazer da população) e alterou-se novamente o nome da instituição, para Museu Paraense Emílio Goeldi.




Em 1991, ainda como fruto desse processo de organização e consolidação da rede de equipamentos culturais do município, é criado o Museu de Arte de Belém, durante a gestão de Manoel Augusto da Costa Rezende, como um departamento da Fundação Cultural do Município. Em 1994, após as obras de reforma do Palácio Antônio Lemos, sede da prefeitura, o novo museu foi transferido para este edifício, onde se encontra até hoje. Por ocasião de sua reinauguração, teve seu acervo ampliado com as coleções oriundas da Pinacoteca Municipal e do Museu da Cidade. O museu é responsável por gerir outros dois espaços museológicos na cidade de Belém: a Galeria Municipal de Arte e o Museu de Arte Popular, situado no distrito de Icoaraci.
O Museu de Arte de Belém tem por objetivo preservar, restaurar, ampliar, pesquisar e divulgar seu patrimônio e fomentar diversas formas de manifestações artísticas, bem como prestar serviços à comunidade estudantil, principalmente no campo da arte-educação. Além das exposições permanentes, a instituição organiza e sedia mostras temporárias e itinerantes, mantém visitas guiadas para grupos de estudantes de escolas públicas e privadas, oficinas de sensibilização artística, eventos complementares às exposições temáticas e palestras para grupos organizados da sociedade civil. Dentro os projetos permanentes, destaca-se o Pontearte, criado em 2008 em parceria com a Associação Cidade Velha Cidade Viva, visando desenvolver atividades de valorização do patrimônio cultural e de estímulo à produção artística com crianças carentes do Beco do Carmo.
O Museu de Arte de Belém encontra-se instalado no Palácio Antônio Lemos, onde também está a sede do governo municipal. O museu ocupa sete salas de exposições no piso superior e duas salas no térreo do edifício, totalizando 1.500 metros quadrados. É equipado com laboratório de restauro, reserva técnica, auditório, sala de cinema e biblioteca.
O Palácio Antônio Lemos, também conhecido como "Palacete Azul", foi projetado por José Coelho da Gama e Abreu e construído na segunda metade do século XIX para abrigar a Intendência Municipal, integrando dessa forma um seleto grupo de edifícios oitocentistas brasileiros que ainda mantém suas funções públicas originais. Está situado no bairro de Cidade Velha, o centro histórico da capital paraense, entre as praças Felipe Patroni e D. Pedro II. Sua construção foi iniciada em 1860 e terminada em 1885. Segue predominantemente o estilo neoclássico tardio, também conhecido no Brasil como "estilo Império". Além da prefeitura, já abrigou o Tribunal de Relação, a Junta Comercial, o Conselho Municipal e a Câmara de Deputados. Foi tombado pelo Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (atual IPHAN) em 1942 e, posteriormente, pelos órgãos congêneres do estado e do município.
O Palácio Antônio Lemos foi construído no Século XIX para ser a sede do poder municipal. Ao longo de seus 117 anos de existência abrigou o Tribunal de Relação, a Junta Comercial, o Conselho Municipal e a Câmara de Deputados. Idealizado pelo projetista José Coelho da Gama e Abreu, possui linhas do Neoclássico Tardio, estilo introduzido no Brasil com a Missão Artística Francesa e que no país ganhou a denominação de "Imperial Brasileiro". O prédio sedia o Gabinete do Prefeito Municipal de Belém, a Coordenadoria de Comunicação Social e o Museu de Arte de Belém. Está localizado no bairro da Cidade Velha, Centro Histórico da capital paraense, entre as praças Felipe Patroni e D.Pedro II. O Palácio é tombado pelas esferas federal, estadual e municipal, constituindo-se em um dos raros patrimônios edificados que mantém sua função pública original.
O Museu de Arte de Belém foi instituído a partir de 1991 como um Departamento da Fundação Cultural do Município de Belém, que por sua vez pertence à Prefeitura Municipal de Belém. Em 1994, com a reinauguração do Palácio Antônio Lemos, passou a acolher as coleções oriundas respectivamente, da Pinacoteca Municipal e Museu da Cidade de Belém, do qual é originário. O Museu reúne um conjunto significativo de obras européias e brasileiras, que referem o período áureo da borracha na cidade e um acervo contemporâneo em expansão. Esse acervo é composto por um conjunto de obras denominado Iconografia Paraense, que retrata através de pinturas, e fotografias, cenas de Belém e seus habitantes e ainda, do ambiente amazônico. Inclui também peças do mobiliário brasileiro, objetos de interior e esculturas.
Possui salas para exposições, cujas denominações homenageiam artistas, que possuem obras no acervo ou são de reconhecido valor no cenário das artes; um auditório para solenidade; uma biblioteca especializada em artes visuais, museologia e correlatos e as Divisões de Conservação e Documentação, de Museografia e de Ação Educativa.
O MABE também possui outros espaços expositivos: a Galeria Municipal de Arte e o Museu de Arte Popular, situado no Distrito de Icoaraci.
A partir da década de 1970, graças à expansão dos modernos meios de comunicação e o rompimento do isolamento físico de outras regiões do território brasileiro por meio da construção da Rodovia Belém-Brasília, a cidade de Belém passou a ter maior acesso ao fluxo de informações e de divulgação de eventos, integrando-se de forma mais plena ao cenário artístico brasileiro. Dessa forma, os artistas paraenses passaram a ter acesso facilitado a eventos anteriormente restritos, sobretudo no eixo Rio-São Paulo, passando a integrar, por exemplo, as exposições promovidas pela Fundação Bienal de São Paulo e os Salões Nacionais de Artes Plásticas organizados pela Fundação Nacional de Artes. Essa tendência se intensifica na década de 1980, marcada pelos movimentos pró-redemocratização, responsáveis por agregar parte considerável das classes artística e intelectual. Surgem diversas organizações culturais, proliferam na cidade os grupos teatrais e, em 1982, é criado o Salão Arte Pará, que se torna um importante marco na difusão das artes locais.
É nesse contexto que surge, no ano de 1983, a Pinacoteca Municipal de Belém, com a função de catalogar, conservar e difundir o acervo artístico pertencente ao poder público municipal, composto por obras adquiridas desde o início do século XX, por ocasião das mostras de cunho acadêmico realizadas na capital. Em 1986, é criado, novamente por iniciativa da prefeitura, o Museu da Cidade de Belém, a partir do acervo da Pinacoteca Municipal. Três anos depois, é estabelecida a Fundação Cultural do Município de Belém (FUMBEL), o órgão responsável pelo fomento, disseminação da arte e manutenção do patrimônio histórico, artístico e cultural pertencente à cidade. A fundação passa então a administrar os dois espaços museológicos do município.




No interior, a igreja revela também a influência da igreja de Salvador: nave única com quatro capelas laterais de cada lado, coberta com abóbada de madeira, sem cúpula e com transepto não pronunciado. Uma grande sacristia encontra-se ao lado da capela-mor. Destacam-se no interior as obras de arte em talha do padre João Xavier Traer e sua oficina de escultores indígenas, especialmente os dois magníficospúlpitos, profusamente decorados com anjinhos em uma composição inspirada na arte barroca do Tirol, pátria de origem de Traer. Também se destacam os retábulos de talha nas capelas laterais e na capela-mor.
A igreja do colégio de Santo Alexandre influenciou outras na região como a do Colégio de Vigia, ao norte da capital, construída na década de 1730. A fachada da igreja de Vigia também é dotada de um original frontão e é ladeada por duas torres.
No âmbito de um projeto de revitalização do centro histórico de Belém, os edifícios do colégio e igreja dos jesuítas - tombados pelo IPHAN - foram transformados em um museu dedicado à arte sacra da região. Os acrécimos feitos aos edifícios em épocas posteriores ao século XVIII foram, na medida do possível, retirados.
Segundo revistas e livros, o museu conta com um acervo de quase 400 peças sacras de pintura, talha, gesso, prataria e outros objetos litúrgicos, proveniente tanto do acervo jesuítico como da cúria metropolitana da cidade. Outra parte do acervo deriva da aquisição da coleção de um médico paraense, Abelardo Santos.
O edifício do colégio tem áreas dedicadas ao restauro e biblioteca, além de loja e galeria de arte. A igreja ainda é palco de missas, também são apresentados concertos de música, teatro e outros eventos.
A Igreja e Colégio de Santo Alexandre foram a sede da Companhia de Jesus na cidade de Belém do Pará na época do Brasil colônia. O antigo complexo jesuíta, um dos mais importantes ainda existentes no país, abriga atualmente o Museu de Arte Sacra do Pará.
Os jesuítas começaram a edificar o Colégio de Santo Alexandre a partir de fins do século XVII. A dedicação a Santo Alexandre de Bérgamo deveu-se a que o colégio abrigava relíquias do mártir, doadas pelo Papa Urbano VIII. Escritos antigos indicam que, em fins do século XVII, o colégio contava com uma biblioteca de 2000 livros e oficinas de encadernação, pintura e escultura.
Já a igreja atual, que sucedeu igrejas anteriores mais simples, foi concluída em 1719 e era originalmente dedicada a São Francisco Xavier (atualmente é dedicada a Santo Alexandre). Nas primeiras décadas do século XVIII funcionou no colégio uma oficina de escultura dirigida pelo padre João Xavier Traer, nascido no Tirol (atual Áustria). A ele são atribuídos os dois magníficos púlpitos da igreja do colégio, além de outros trabalhos.
Traer ensinou escultura aos indígenas, como se vê numa crônica do jesuíta João Daniel, que no século XVIII escreveu que "no Colégio dos Padres da Companhia, na cidade do Pará, estão uns dois grandes anjos por toucheiros, com tal perfeição, que servem de admiração aos europeus, e são a primeira obra que fez um índio daquele ofício, e se a primeira saiu de tal primor, que obras primas não faria de dar anos no ofício?". As imagens destes anjos toucheiros (portadores de tochas) ainda existem e podem ser vistas no museu.
Com a expulsão dos jesuítas em 1759, o colégio foi reformado e passou a ser usado como palácio dos bispos da cidade. Já no século XX, após um longo período de abandono, os edifícios do colégio e igreja foram transformados no Museu de Arte Sacra do Pará, que além da arquitetura do local exibe um rico acervo de pintura e escultura dos séculos XVII e XVIII da região amazônica.
Em 1980, quando o Papa João Paulo II visitava Belém, ficou hospedado no convento da igreja de Santo Alexandre, que na época era sede do Arcebispado de Belém.
A antiga igreja do colégio jesuíta de Belém, inaugurada em 1719, é um dos mais importantes templos erguidos pelos padres da Companhia no Brasil. O projeto é claramente aparentado ao da monumental Igreja Jesuíta de Salvador (atual catedral), que havia sido construída entre 1652 e 1672. A construção do edifício de Belém foi realizada com menos apuro técnico, talvez devido ao caráter indígena da mão-de-obra empregada pelos jesuítas. O estilo arquitetônico geral da igreja corresponde ao maneirismo, favorecido pelos jesuítas em Portugal e suas colônias. Ao lado da igreja foi levantado, ao longo do século XVIII, o edifício do Colégio.
A fachada monumental tem quatro andares de altura, sendo encimada por um frontão formado por duas grandes volutas que se unem no topo, onde há uma cruz. Os nichos do frontão eram antes ocupados por estátuas de santos jesuítas, hoje perdidas. O acesso ao templo é feito por três portais no primeiro piso, também decorados com volutas. As pilastras verticais da fachada encontram-se decoradas com motivos maneiristas em alto-relevo, que criam interessantes efeitos de luz e sombra. O corpo central da fachada é ladeado por duas torres baixas que se encontram levemente recuadas, estando inclusive um pouco escondidas detrás das enormes volutas do frontão.